Tratamento para TEA?
- Rodrigo Prinz
- 26 de mai.
- 1 min de leitura
Atualizado: 1 de jun.

A busca de uma solução única é uma tentação forte. Os métodos comportamentais, baseados na aprendizagem repetitiva de condutas predefinidas, encarnam
especialmente bem o engodo que o modelo "problema-solução"
constitui. O caráter autoritário e reducionista desa aborda-
gem educativa é denunciado, em particular, pelos "autistas de
alto nível", que manifestam sua hostilidade contra a "indústria
ABA-autismo".
Suas preocupações legítimas levantam questões
fundamentais: o que é aprender? O que é saber? A abordagem
psicanalítica do autismo restitui toda a complexidade a essas
perguntas que os autistas nos fazem. Elas contêm, com efeito,
uma demanda, a de que enfrentemos a angústia da incerteza
para não cair nas tentações autoritárias do modelo único.
Além do impase do determinar os comportamentos por modelos pré-definmidos, "a epide-
mia de autismo" revela a crise atual da ferramenta globalizada
da clínica psiquiátrica e neurológica, o DSM. As manipulações
brutais que regem a definição dos "transtornos" e das categorias
no Manual diagnóstico e estatístico globalizado tornam evidentes
artificios demais para que não nos interroguemos sobre o que
exatamente esa ferramenta mede. A progresão epidêmica do
diagnóstico de autismo foi um dos catalisadores do mal-estar
nas classificações da clínica empírica e biológica do DSM. A
moeda epidemiológica sai desvalorizada e seu uso torna-se
mais dificil do que previsto.
É no cerne desse embaraço da psiquiatria que a abordagem psicanalítica, centrada na clínica do acaso, tem chances de se fazer ouvir. Trata-se, certamente.
de abrir caminho para novas batalhas.
Eric Laurent - A batalha do Autismo.
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