top of page

Tratamento para TEA?

Atualizado: 1 de jun.




A busca de uma solução única é uma tentação forte. Os métodos comportamentais, baseados na aprendizagem repetitiva de condutas predefinidas, encarnam

especialmente bem o engodo que o modelo "problema-solução"

constitui. O caráter autoritário e reducionista desa aborda-

gem educativa é denunciado, em particular, pelos "autistas de

alto nível", que manifestam sua hostilidade contra a "indústria

ABA-autismo".


Suas preocupações legítimas levantam questões

fundamentais: o que é aprender? O que é saber? A abordagem

psicanalítica do autismo restitui toda a complexidade a essas

perguntas que os autistas nos fazem. Elas contêm, com efeito,

uma demanda, a de que enfrentemos a angústia da incerteza

para não cair nas tentações autoritárias do modelo único.



Além do impase do determinar os comportamentos por modelos pré-definmidos, "a epide-

mia de autismo" revela a crise atual da ferramenta globalizada

da clínica psiquiátrica e neurológica, o DSM. As manipulações

brutais que regem a definição dos "transtornos" e das categorias

no Manual diagnóstico e estatístico globalizado tornam evidentes

artificios demais para que não nos interroguemos sobre o que

exatamente esa ferramenta mede. A progresão epidêmica do

diagnóstico de autismo foi um dos catalisadores do mal-estar

nas classificações da clínica empírica e biológica do DSM. A

moeda epidemiológica sai desvalorizada e seu uso torna-se

mais dificil do que previsto.


É no cerne desse embaraço da psiquiatria que a abordagem psicanalítica, centrada na clínica do acaso, tem chances de se fazer ouvir. Trata-se, certamente.

de abrir caminho para novas batalhas.


Eric Laurent - A batalha do Autismo.

Desejando o livro, só nos solicitar que enviaremos o link aqui para quem quiser.

 
 
 

Posts recentes

Ver tudo
Ritornelos

Uma reflexão a partir das experiências clínicas do Guattari. Nunca há signos puros. Comecemos aí. Há uma mistura que afirma estarmos em...

 
 
 

댓글


bottom of page