A depressão, ou os chamados transtornos depressivos, caracterizam-se por tristeza suficientemente grave ou persistente para interferir no funcionamento e, muitas vezes, para diminuir o interesse ou o prazer nas atividades. A causa exata é desconhecida, mas provavelmente envolve hereditariedade, alterações nos níveis de neurotransmissores, alteração da função neuroendócrina e fatores psicossociais.
O termo depressão é usado muitas vezes para descrever o humor para baixo ou desencorajado que resulta de desapontamentos (p. ex., calamidade financeira, desastre natural, doença grave) ou perdas (p. ex., morte de uma pessoa querida). Entretanto, termos melhores para esse tipo de humor são desmoralização e desolamento.
Os sentimentos negativos de desmoralização e tristeza, contrariamente aos da depressão, fazem o seguinte:
Ocorrem em ondas que tendem a estar vinculadas a pensamentos ou lembranças do evento deflagrador
Desaparecem quando as circunstâncias ou os eventos melhoram
Podem ser intercalados por períodos de emoção e humor positivos
Não são acompanhados de sentimentos generalizados de inutilidade e autodepreciação
O humor para baixo geralmente dura dias, ao contrário de semanas ou meses; pensamentos de suicídio e perda funcional prolongada são muito menos prováveis.
Mas eventos e estressores que causam desmoralização e pesar também podem precipitar umepisódio depressivo maior, particularmente em pessoas vulneráveis (p. ex., aqueles com história passada ou história familiar de depressão maior).
Causa
A causa exata dos transtornos depressivos é desconhecida, mas fatores genéticos e ambientais contribuem.
A hereditariedade explica cerca de metade da etiologia (menos na depressão de início tardio). Dessa forma, a depressão é mais comum entre parentes de 1º grau de pacientes deprimidos, e a concordância entre gêmeos idênticos é alta. Além disso, os fatores genéticos provavelmente influenciam o desenvolvimento de respostas depressivas a eventos adversos.
Outras teorias se concentram nas alterações dos níveis dos neurotransmissores, como desregulação dos neurotransmissores e alterações neuroendócrinas.
Fatores psicossociais também parecem estar envolvidos. Estressores vitais importantes, em especial separações e perdas, comumente precedem episódios de depressão maior; entretanto, tais eventos não causam, em geral, depressão grave e duradoura, exceto em pessoas predispostas a um transtorno do humor.
Pessoas que tiveram um episódio de depressão maior têm risco maior de episódios subsequentes. Pessoas que são menos resilientes e/ou que têm tendências ansiosas podem ter mais chance de desenvolver transtorno depressivo. Muitas vezes, tais pessoas não desenvolveram as habilidades sociais para se ajustar às pressões da vida. A depressão também pode se desenvolver em pessoas com outros transtornos mentais.
Sinais e sintomas
A depressão provoca disfunções cognitivas, psicomotoras e de outros tipos (p. ex., dificuldade de concentração, fadiga, perda do desejo sexual, perda de interesse ou prazer em praticamente todas as atividades que anteriormente eram apreciadas, distúrbios do sono), bem como humor depressivo. Pessoas com transtorno depressivo frequentemente têm pensamentos suicidas e podem tentar o suicídio. Outros sintomas ou transtornos mentais (p. ex., ansiedade e ataques de pânico) comumente coexistem, algumas vezes complicando diagnóstico e tratamento.
Os pacientes com todas as formas de depressão têm mais probabilidade de abusar de álcool ou de outros drogas recreacionais na tentativa de automedicar distúrbios do sono ou sintomas de ansiedade; entretanto, a depressão é uma causa menos comum de alcoolismo e abuso de drogas do que já se pensou. Os pacientes também têm mais chance de se tornarem fumantes pesados e de negligenciar sua saúde. Além disso, a depressão pode reduzir as respostas imunitárias protetoras, aumentando o risco de desenvolvimento ou progressão de outras enfermidades, como doenças cardiovasculares e infecciosas.
Depressão maior:
Para o diagnóstico da depressão maior ≥ 5 dos seguintes devem estar presentes quase todos os dias durante o mesmo período de 2 semanas, e um deles deve ser humor deprimido ou perda de interesse ou prazer:
-Humor deprimido durante a maior parte do dia
-Diminuição acentuada do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades durante a maior parte do dia
-Ganho ou perda ponderal significativo (> 5%) ou diminuição ou aumento do apetite
-Insônia (muitas vezes insônia de manutenção do sono) ou hipersonia
-Agitação ou atraso psicomotor observado por outros (não autorrelatado)
-Fadiga ou perda de energia
-Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada
-Capacidade diminuída de pensar, concentrar-se ou indecisão
-Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio, tentativa de suicídio ou um plano específico para cometer suicídio
Tratamento
Os sintomas podem remitir espontaneamente, sobretudo, quando são leves ou de curta duração. A depressão leve pode ser tratada com suporte geral e psicoterapia. A depressão moderada a grave é tratada com fármacos, psicoterapia ou ambos e, algumas vezes, ECT. Alguns pacientes necessitam de uma combinação de fármacos. A melhora pode não ser aparente até depois de uma a 4 semanas de tratamento medicamentoso.
Caso você venha se percebendo triste na maior parte do tempo ou sem prazer com as coisas que costumavam te alegrar, você pode se beneficiar de procurar ajuda de um Psiquiatra. O tratamento precoce a adequado melhora a qualidade de vida e ajuda a impedir a cronificação e recorrência da depressão.
Dr. Rodrigo Prinz
Belo Horizonte MG
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