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Foto do escritorDr. Rodrigo Cerqueira Oliveira Prinz

Cérebro tem capacidade de se reconfigurar e ser treinado para melhores resultados

Nosso cérebro é feito de neurônios, de células nervosas, que se comunicam entre si por sinapses elétricas, com liberação de mediadores neuroquímicos. De acordo com os estímulos recebidos, pode haver um rearranjo dessas células. Isso quer dizer que, quanto mais utilizamos uma área do nosso cérebro, mais desenvolvida ela se tornará. 


O que acontece com a estimulação do cérebro é que, com o passar do tempo, algumas vias, algumas conexões, elas se fortalecem, e algumas áreas da arquitetura cerebral acabam também se modificando à medida que a gente vai utilizando. Nós priorizamos algumas atividades.


A neuroplasticidade, além de proporcionar um melhor desenvolvimento de certas áreas cerebrais, aumentando o desempenho das atividades relacionadas a elas, permite a recuperação neuronal após certos acidentes. Após lesões do sistema nervoso central (SNC), os axônios podem desenvolver novas ramificações e estabelecer novos contatos sinápticos, alterando funções e comportamentos. O SNC tenta recuperar suas funções perdidas ou fortalecer aquelas que se enfraqueceram.


Quando você aprende uma língua, uma regra nova, grava novas informações, tudo isso é feito através de neuroplasticidade. Não por acaso a estrutura do hipocampo, que é a região do cérebro que vai fixar novas informações, é um córtex mais modificável. Apesar de ele ser mais simples, mais rudimentar, ele tem essa capacidade de se transformar.



Por isso, a musicoterapia é algo muito explorado como forma de tratamento de certas doenças. Em conjunto a outras terapias, ela é indicada para tratamentos clínicos, reabilitação e prevenção de doenças como o Alzheimer, Parkinson, demência frontotemporal, epilepsia e AVC, e para doenças psicológicas como depressão, esquizofrenia e ansiedade. O autismo também pode ser tratado por meio da musicoterapia. A música pode estimular emoções. É uma comunicação da região auditiva com o circuito do cérebro de emoções, que é principalmente da amígdala cerebral, uma região que vai liberar a dopamina, que é um hormônio que dá bem-estar.


A técnica do neurofeedback consiste em treinar o cérebro para normalizar esses padrões, a partir de estímulos na faixa de frequência desejada, como tentativa de potencializar o desempenho de dimensões eletrofisiológicas ou curar sintomas de doenças psicológicas, como a depressão e a ansiedade. Outro aspecto é o uso do neurofeedback para aumentar as funções normais, como a capacidade cognitiva ou aumento das capacidades artísticas e da criatividade.



Um exemplo disso é escutar música clássica para estudar, ou então colocar frequências sonoras para “regular” emoções ou possibilitar entrar em estados de relaxamento, como a frequência 432 Hz, usada para a meditação.  As ondas de frequência são categorizadas em delta, theta, alpha, beta e gama. Cada uma está relacionada a um estado do encéfalo: frequências baixas, como o delta, são dominantes durante o sono, coma ou anestesia. Diferente dessa, a frequência theta é observada em estado de baixo nível de alerta e sonolência. 



Estudos apontam que, quanto maior a frequência de alpha, menor é o funcionamento do cérebro. Essa frequência está relacionada a um maior relaxamento e conforto. Já a frequência beta representa um estado de alerta maior e está presente em momentos de estresse, fortes emoções e tensão.

As ondas alpha de frequência estão relacionadas a uma maior concentração, diz estudo do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). A pesquisa descobriu que, ao suprimir a frequência cerebral alpha em um dos hemisférios de seu cérebro, as pessoas conseguiram se concentrar mais em coisas que apareceram do outro lado no seu campo visual. Ou seja, é possível controlar a atenção manipulando o uso da frequência alpha. 



O neurofeedback atua para condicionar o cérebro a pegar caminhos neuronais diferentes daqueles já traçados em concordância com alguma doença, melhorando o quadro clínico e o bem-estar do paciente. A técnica estimula a neuroplasticidade. 

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