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Foto do escritorDr. Rodrigo Cerqueira Oliveira Prinz

AUTISMO E HIPERLEXIA


Silberberg e Silberberg (1967) foram os primeiros a descrever o modelo de compor- tamento denominado hiperlexia. Por terem ficado muito impressionados com o desenvolvimento precoce da leitura de algumas crianças assistidas em suas clínicas, os pesquisadores se voltaram aos estudos sobre linguagem.


As primeiras observações marcaram a existência de uma disparidade entre as habilidades de leitura e o desempenho intelectual. Eles retrataram casos de crianças consideradas inteligentes, que, mesmo não sendo capazes de ler, podiam compreender o significado das palavras, assim como de outras que, a despeito das dificuldades intelectuais e de compreensão, apresentavam leitura fluente.


As crianças que têm hiperlexia possuem uma excelente memória visual e auditiva, e elas tendem a lembrar do que veem e ouvem com pouco esforço. Porém, essa memória excepcional não ajuda na fala ou na compreensão da linguagem. E embora as crianças hiperléxicas tenham habilidades avançadas de leitura, elas geralmente têm um vocabulário limitado e dificuldade para se comunicar.


A hiperlexia pode estar presente no autismo e ser um dos primeiros sinais do Transtorno do Espectro do Autismo que os pais notam. Mas pode ser difícil para os pais e professores reconhecerem a diferença entre um leitor precoce de uma criança hiperléxica. É importante ressaltar que a leitura precoce sozinha não é um sinal de hiperlexia. As crianças que têm hiperlexia têm baixa compreensão de leitura, o que geralmente não corresponde à sua capacidade de reconhecer palavras. Eles também exibem problemas com a fala, muitas vezes não conseguem juntar palavras para expressar suas ideias ou entender o que os outros falam.


É bastante comum que a hiperlexia seja confundida com crianças superdotadas e muitos pais demoram para buscar ajuda especializada. Ter o diagnóstico correto da hiperlexia é muito importante para que a criança receba uma intervenção precoce para melhorar suas habilidades sociais e de linguagem. Embora os sintomas tendam a diminuir com o tempo, o estilo de aprendizagem característico dos hiperléxicos permanece até a idade adulta.

Para diagnosticar a condição é realizada uma avaliação que incluirá a observação de habilidades de decodificação, conhecimento de palavras e de vocabulário, a capacidade de responder perguntas, as questões de compreensão de leitura e outras habilidades de linguagem e de processamento sensorial.



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